Para celebrar as Jornadas Europeias do Património, que decorrem de 22 a 24 deste mês, a Parques de Sintra promove visitas guiadas temáticas aos Palácios Nacionais de Sintra e de Queluz a partir do tema “Património Vivo”, que, este ano, dá o mote ao evento. Conduzidas por conservadores − e pelo diretor, no caso de uma das visitas −, o seu intuito é dar a conhecer novas e surpreendentes facetas da vivência, da história e da arquitetura destes Palácios que as diversas camadas do tempo escondem. O que existia no local hoje ocupado pelo Palácio Nacional de Queluz? No Palácio Nacional de Sintra, o que resta da construção medieval? E que histórias nos contam as suas icónicas janelas manuelinas e os belos azulejos? As respostas serão dadas nestas visitas ao património vivo gerido pela Parques de Sintra.
No Palácio Nacional de Sintra decorrem três visitas. “Ver e sentir azulejos do Palácio Nacional de Sintra”, agendada para as 10h30 de hoje e amanhã às 15h00, foca-se nos exuberantes revestimentos azulejares mudéjares dos séculos XV e XVI que decoram muitas das salas deste monumento, combinando estilos, motivos e cores. Esta visita guiada aborda a sua história e as técnicas e termina no Pátio Central, com uma mostra de azulejos originais durante a qual os participantes serão convidados a manusear e a sentir exemplares autênticos, incluindo alguns que fizeram parte de uma grande encomenda de mais de 10 mil azulejos feita pelo rei D. Manuel I para a decoração do Paço de Sintra.
Ainda no âmbito das intervenções realizadas no reinado de D. Manuel I, a visita “As Janelas Manuelinas do Paço de Sintra” é dedicada à chamada ala manuelina que exibe janelas geminadas ricamente ornamentadas, comunicando para o exterior o caráter nobre dos espaços que iluminam. O objetivo desta visita, agendada para amanhã, às 10h30, é identificar e comentar os motivos decorativos destas janelas e desvendar os seus significados, que são mais complexos do que podem parecer à primeira vista.
Ainda no Palácio Nacional de Sintra, realiza-se a visita “O Paço de Sintra: descontinuidades e permanências arquitetónicas num monumento de longa história”, no dia 24, às 10h30. Num monumento com mil anos de história, são muitas as transformações ocorridas ao longo dos séculos, mas ainda hoje o Palácio conserva elementos primitivos. Esta visita permite perceber como foi habitado nas diferentes épocas e como a arquitetura condiciona as vivências e carrega simbolismos. Demonstra, igualmente, como o património imóvel, enquanto lugar de memória, é modificado pelo património vivo que somos nós.
O Palácio Nacional de Queluz acolhe duas visitas. Amanhã, às 10h30, o diretor dos Palácios geridos pela Parques de Sintra, António Nunes Pereira, conduz uma visita que se propõe a “transportar” os participantes “De regresso ao passado na Real Quinta de Queluz, sem nunca abandonar o presente e sempre com um olhar sobre o futuro”. O objetivo é revisitar a época áurea do Palácio de Queluz, recordando, que, em contraste com o seu ambiente idílico, esteve no centro do furacão que no início do século XIX mudou a face da Europa e forçou monarcas deste nosso país europeu a viverem, subirem ao trono e morrerem no continente americano, algo inédito em toda a história europeia.
Finalmente, uma visita que, não sendo novidade, dá a conhecer uma ala do Palácio Nacional de Queluz que muitos ainda não conhecem: o “Pavilhão D. Maria I: Residência de Reis, Rainhas e Presidentes do século XX”. Pelo Pavilhão D. Maria I passaram algumas das personalidades que mais influenciaram a história da Europa e do Mundo no século passado, com destaque para a Rainha Isabel II do Reino Unido.