Sessões realizam-se nos Palácios Nacionais de Queluz e de Sintra, no Palácio de Monserrate e no Convento dos Capuchos
Quase sempre presentes no nosso quotidiano, para muitos, as plantas permanecem ilustres desconhecidas. No entanto, a nossa História não se escreve sem elas. Para revelar os segredos das plantas e a sua importância no curso da História, neste verão, a Parques de Sintra lança o ciclo de workshops “Tardes com Botânica na História”. As quatro sessões que compõem o programa decorrem entre julho e outubro, nos Palácios Nacionais de Queluz e de Sintra, no Palácio de Monserrate e no Convento dos Capuchos, estabelecendo pontes entre o tema de cada workshop e o período histórico mais marcante para a história do monumento que o acolhe. São quatro tardes de sábado dedicadas a explorar um universo tão misterioso quanto fascinante.
Que plantas e tradições botânicas nos trouxeram fenícios, gregos, romanos, judeus e árabes? Que culturas agrícolas alteraram a economia mundial no século XIX? E no interior dos conventos e mosteiros, para além da culinária, que outros usos tinham as plantas? São apenas algumas das questões a abordar nestas “Tardes com Botânica na História” conduzidas pelo Professor Luís Mendonça de Carvalho, uma das grandes referências nacionais no campo da Etnobotânica, a ciência que estuda o saber tradicional e os costumes de um povo relativamente às plantas e aos seus usos. Todas as sessões decorrem entre as 14h00 e as 18h00, com exceção do workshop agendado para o Palácio Nacional de Sintra, a 30 de setembro, que começa às 17h30.
O ciclo “Tardes com Botânica na História” arranca a 29 de julho, no Palácio Nacional de Queluz, com o workshop “A Educação dos Príncipes”. Simulando uma aula de Botânica, serão dados a conhecer os conceitos desta ciência que os príncipes portugueses aprendiam no século XVIII, sem esquecer as plantas dos domínios portugueses setecentistas mais relevantes para a economia do reino. O corpo das plantas, essências e plantas medicinais serão outros tópicos em destaque.
A 26 de agosto, no Convento dos Capuchos, abre-se “O Livro da Natureza”. Nesta sessão, o Professor Luís Mendonça de Carvalho fará um períplo pela história do uso das plantas em espaços religiosos, que sempre foi além da culinária. Em conventos e mosteiros, diversas espécies botânicas eram cultivadas em hortos e usadas para fins medicinais. A sua importância era tal que ficaram eternizadas nas obras de arte que adornavam igrejas e espaços públicos.
Em setembro, no dia 30, é a vez do Palácio Nacional de Sintra acolher o workshop “As Plantas e o Mar”, que convida os participantes a percorrerem a história do território português para estudar a linha do tempo e as suas plantas. A viagem começa com os cereais e leguminosas que chegaram do Próximo Oriente; continua com as plantas e tradições botânicas trazidas por fenícios, gregos, romanos, judeus e árabes; e termina com as espécies vindas das Américas, que foram introduzidas em Portugal após o Renascimento.
O ciclo termina no Palácio de Monserrate, a 21 de outubro, com a “Botânica Romântica”. Revisitando o século XIX e as suas plantas, o Professor Luís Mendonça de Carvalho desvenda o que ocultava e o que revelava a “Linguagem das Flores”. Aborda, igualmente, temas como a literatura, a música, a ópera, os jardins botânicos e o prestígio social da botânica no século de Darwin, que também foi marcado por culturas agrícolas como o café, o chá, o cacau, a quineira, a borracha e muitas outras que alteraram a economia mundial.